domingo, 8 de fevereiro de 2015

Assistencialismo por Aetatis Kyon Bozó Paçókos

Essa é apenas mais uma história disfarçada de estória que envolve sexo, aventura e ensinamentos morais do tipo Minutos de Sabedoria. Escrevo sobre o perfil de um homem existente, o genial e Bon Vivant Davi, cujo perfil não aparece em minha lista de contatos no FACEBOOK, ORKUT, GOOGLE+ e afins, mas a exemplo destes sites de relacionamentos é todo cheio de rolagem e trollagem.
Davi é um homem que consegue ter o coração bom, pois desperta risos e gargalhadas em qualquer pessoa, muitíssimo mais ainda potencializados nas mulheres, se bem que ultimamente ele tem saído apenas com uma, pois a exemplo de todo homem sábio sabe bem a hora de diminuir o ritmo de suas aventuranças da paixão e do amor, ainda que esse último sentimento desacelerado seja mais próprio do que altruísta ou altero para não aparecer como homem morto nas páginas policiais destes jornais sensacionalistas, mas tudo bem. O que vale para o Lord of Passion é amar a si mesmo e espalhar a semente da felicidade no mulherio.
Todo caso vamos à estória com H (maiúscula mesmo). Era um domingo chuvoso com tarde fria e raros momentos de ventos frios, uivantes e cortantes. De repente ela (a mulher que consegue ao menos fazer Davi parecer um homem quase exclusivo ao tratar-se de relações) o telefona dizendo estar muito próxima do local combinado. Tudo bem, beleza! Disse ele que aproveita a promoção em que com alguns centavos de ligação móvel pode-se falar à vontade, ainda que o telefonema tenha partido dela muito mais preocupada em segurá-lo para evitar não encontrá-lo por lá, pois, caso ocorresse um minuto de atraso, esse “nobre homem” que não tolera atrasos (ainda que permita às vezes se atrasar), e quando passa da hora simplesmente deixa o local com aquela sapiência de árbitro de futebol ao olhar o relógio ansioso pelo fim dos descontos, que o mesmo personagem referido permite apenas serem de cinquenta e nove segundos de atraso.
Ela chegou ao local de taxi, e Davi logo percebe risos do taxista que a conduziu, pois palavras voam ao vento, e as falas da musa encantadora com linda pele branca, olhos azuis esverdeados, cabelos loiros e corpo de mulata nunca tinham como não serem ouvidas pelo motorista de taxi, pois esse nobre homem é capaz de fazer muitos rirem, ainda quando não ouvido, salvo por viva-voz (no caso de telefonemas).
Gentil, Davi estendeu sua mão para que a dama de Costa do Marfim saísse do carro, e o taxista ao ver a cena fez expressão dizendo algo do tipo: esse cara é bom. O taxi foi retirado dali em disparada, talvez pela excitação de seu condutor misturada com forte sensação de que cada segundo ali é uma “vela que se queima”, conforme expressão popular. Beijos e abraços excitantes em plena calçada. O casal ignorava tudo: vento, frio e chuvisco.
Nem Hollywood ou Bollywood exibe beijo daquele porte tanto pela plasticidade da suposta imagem quanto pela forte excitação encoberta por aquele roçar discreto.
O diálogo do par começou simples, sem boa tarde, pois isso fora expresso em algo no mínimo similar à cena de cinema. Caros leitores (as); ela pode ser chamada por Marfinesa, nome dado pelo Davi ao referir-se à sua origem francesa e africana, fazendo trocadilho com as cores do mar (expressos nos olhos dela) com a finesse apresentada pela mesma, pois nosso amigo Bon Vivant, para a felicidade do público feminino, sabe usar muito bem de sua lábia para elogiar qualquer mulher. Dotada destas qualidades poéticas ela pergunta: - Agora vamos para onde?
Nosso grande ídolo, pois temos muito a aprender com ele, a respondeu sem pudor: - Vamos para o motel.
Bastou! Ela começou a rir e disse logo após as gargalhadas: - Você não me disse que está na sarjeta, sem dinheiro? Sem problemas; você paga. Respondeu ele com sorriso largo, metido à besta e ciente de sua canastrice típica, porém atípica em outros.
Com total elegância, ainda que desta vez com gestos populescos, a Marfinesa começou a rir quase chorando, batendo-o no braço chamando-o de cínico, sem-vergonha e afins. Nosso herói simplesmente disse: - Tudo bem. Então vamos ao shopping. Até que ela pergunta: - Cadê o teu carro? Ele respondeu que estava logo ali na esquina, mas iria caminhando com ela até lá porque os estacionamentos dos shoppings centers são mais caros para os serviços de algumas horas do que os dos motéis, que têm o serviço de estacionamento embutido. De novo risadas e tapas em seus músculos braçais. Mas Davi é assim, joga maduro para colher verde para não dizer também o contrário. Marfinesa aproveitou o ensejo para ir a uma daquelas lojas que vendem produtos naturais, viu um óleo massageador afrodisíaco e disse para aquele homem que tanto a faz rir, ainda que por vezes sinta raiva do tal sujeitinho: - É para a gente usar no motel. Animado ele disse: - Oba! No entanto ela o retrucou dizendo: - Não vai ser hoje. Será usado quando você tiver dinheiro para pagar as despesas, pois é inadmissível uma mulher pagar a conta para isso. Ah! Tem mais. Trate de guardar isso e, por favor, não o use com outras. Entendeu?!
Nosso grande mestre ficou calado, pois como todo bom Iluminista sabe a hora certa de falar sob a Égide da Razão. Foram lanchar, pois ao menos o hambúrguer de frango com mate estava garantido. Como é bom estar sem dinheiro! Pensava o Lord of Passion com seu ar de vida desapegado, descompromissado e neste momento aparentemente tímido porque Marfinesa o colocou contra a parede, mas nosso Mestre, sagaz, interrompeu a tensão ao falar alto: - ALI UMA MESA! A puxou pela mão e saíram feito crianças a brincar de pique até lá chegarem e ocuparem o lugar.
Dissimulado, logo mudou o assunto. Nosso Herói estava faminto, pois dias frios lhe abrem a apetite, tanto que ao morder o sanduíche, pedaço de pão, sabe-se lá como, voou na direção dela, que antes, energizada deixara o teu folheado cair. Sorte que caiu no próprio colo, sobre o vestido preto com pequenas bolinhas brancas. Risos e gargalhadas faziam parte do repertório casual de diálogos. Saíram do shopping. Foram até o carro estacionado na rua que fica a pequenos quatro quarteirões dali. Papo vai, papo vem e nosso Bon Vivant ainda que sem um puto no bolso, porém com muitos putos n´alma, convenceu tua musa afro europeia a ir para o motel. Sem graça ela pediu-lhe o favor de receber o dinheiro trocado para o período de tiro curto (R$70,00 por míseras quatro horas).
Aí o carro valeu à pena e lá foram eles no melhor estilo top gear para o paraíso daquele dia de inverno. Carro com o garagista, e na hora o casal soube que o preço fora abaixado para R$50,00 por causa de inesperada promoção, foram para a suíte e para o prazer de Davi a Fina Flor (outro modo como ele a chama) mostrava familiaridade com o lugar que cheira a amor por todos os cantos, onde aprendeu a frequentar com nosso Mestre. Namoraram muito, ela o atiçou, passaram o óleo afrodisíaco naquela nudez nada castigada. Por pagar as despesas Marfinesa, com o gozo sádico da meritocracia, dava as ordens, comandos, ficava por cima, mas para deixar nosso Mestre louco não cedia de tudo. Sabem como é, caros leitores (as), mulher quando fecha é não foda. Mas Davi, apesar do nome hebraico e de sua alma latina, possui paciência oriental. Aproveitava o momento para atiçar a fera, que nesse momento dialético entre línguas beijoqueiras, lambidas e mordidas lutava para vencer “em seus argumentos”, por mais que a doçura de Costa do Marfim, de origem francesa relutasse e o atiçasse ao motivá-lo ainda mais, propositadamente, ao fazê-lo colocar o preservativo.
O tempo passou e três quartos do período pareciam perdidos. Ela o amava, o odiava, e sisuda deixava os ares da paixão transparecer boquiaberta. Meia-luz, frio, calor, silêncio, sons. Tudo ali se misturava. Ele a pegou no colo, a esfregou contra a parede e com o seu falo bem encostado na parte erógena mais fechada do que quem fecha o corpo para capeta. Passou-se alguns segundos até que um som fluído veio do quarto ao lado. Era um AI AI AI! AI AI AI! AI AI AI! bem alto com barulhos de tapas. Nosso Mestre, ciente que o tempo passava, em seu humor característico, disse: - Se você quer assim, a gente faz a arte cênica e o casal da suíte ao lado faz a sonoplastia. Tiro e queda! Ela gargalhou, riu alto, relaxou até que ele entrou com tudo. Viram só como é bom saber falar a coisa certa sob a Égide da Razão Iluminista no momento exato? Perceberam a importância da paciência oriental?
Davi sabia do mérito que a Fina Flor Marfinesa teve ao pagar a conta, e por isso merecia ser agraciada com o que há de melhor, ainda que restasse apenas meia hora para o evento terminar. Ele é assim mesmo: convencido por ser convincente. Consciente de seu valor moral fez dela objeto para suas loucuras, pois o Bon Vivant sem um puto no bolso, mas muitos putos n´alma sabe viver a vida como poucos.
Tempo passou. Ela, arrependida, ficou com aquela sensação de quero mais. Logo o casal desceu e Davi “pagou a conta”. Tirou a nota com ares de Senhor Feudal ou Coronel Nordestino. Pegou o carro e deixou sua musa encantadora no ponto de taxi, pois não gosta de correr riscos pela noite, pois ao deixá-la, inevitavelmente, iria buzinar para o primeiro rabo de saia que visse pela frente, e nosso Mestre precisa conter despesas, pois nem sempre encontra assistencialismo assim, onde teve por um dia algo similar a uma casa, comida e só faltando a roupa lavada, ainda mais vindo de um mulherão internacional com padrão FIFA, COI, ONU e tudo o que tem direito.
Davi sabe que só o amor constrói, ainda que seja o próprio, sem negar a importância da semente da paixão que cultiva. Marfinesa é feliz, pois ele a trás emoções fortes e aquela sensação agradável de quem gosta de quem nada vale. Ah! Se todos fossem assim como o Lord of Passion, não iria ter guerras no mundo, pois seu senso moral e ético diz que quem tem fogo, não precisa de petróleo, recolher impostos, fazer guerra ou disputas pelo poder. All We Need is Love é o seu lema. 

Texto escrito por Aetatis Kyon Bozó Paçókos (Maiores comentários, falar com o próprio autor desse conto no perfil dele no face).

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